sexta-feira, 7 de setembro de 2007

A Via Rápida Angra-Praia

Mesmo antes de ler a opinião do Sr. Hildeberto Franco, publicada no Jornal Terceirense Diário Insular de 05-09-2007, que fiquei com a mesma opinião que o referido senhor.
Sim porque nós fantasmas, aqui por onde vagueamos, também temos opiniões e lemos jornais, da mesma forma que vemos televisão e ouvimos rádio.
Ora com que então, alguns dos meus amigos Terceirenses (permitam-me que os trate assim) estão contra as obras da via rápida Angra-Praia?
Obras exageradas, dizeis vós? Permitam-me que pergunte porquê? É que isto de ser fantasma, por vezes, de tanto passar através de portas e paredes, vai-me levando os poucos neurónios que ainda tenho.
Sempre iremos ter de conviver com o gado que circula nas nossas estradas? Será que temos?
É a nossa cultura, a nossa tradição? As tradições poderão continuar em estradas que a isso permitam. Que me lembre, antes de haver a via rápida Angra-Praia, já havia lavoura por aqueles lados, e a muda do mesmo também se fazia. Porque será que agora têm de o fazer numa via que foi construída para a circulação automóvel?
As tradições e a cultura são importantes? Concordo convosco, mas e a integridade física das pessoas que diariamente cruzam aquela via, para virem para o seu trabalho, para passearem, para produzirem riqueza para a ilha, etc., etc.? Essa não é importante?
Mas não estou contra as mal faladas vaquinhas, que coitadas, nada têm a ver com esta polémica. Elas têm de se alimentar, para ficarem bem apresentadinhas para acabarem no matadouro e darem aquelas belas peças de alcátra que vossas excelências de deliciam a comer nas festas que abundam por esses lados.
Da forma que o protesto é apresentado, parece que não se importam que vidas continuem a ser perdidas numa estrada que não apresenta segurança nenhuma.
Depois, reparo também que até de atentado ambiental ali realizado, os meus caros Terceirenses apelidam a obra!
Mais uma vez, permitam-me colocar outra questão:
Se fosse para uma praça de touros, ou para um super, hiper ou mega mercado ou centro comercial, por certo já não seria atentado ambiental. (epá, até já pareço aquela carinha laroca da telenovela. Então agora com 2.500€ em cada peitinho, ainda está mais laroca).
Novamente, nada tenho contra os touros e de quem atrás deles anda a correr. Só tenho pena de, graças a eles, metade da ilha parar, mas enfim, são as tradições e as culturas. Mesmo em relação aos hiper e companhias limitadas, não os olho de lado, aliás, tenho pena de não haver mais na ilha, assim sempre arranjariam mais um trabalhinhos para aqueles que nada têm para fazer e que anda a curtir às custas do rendimento mínimo, mas isso é assunto para outra visita deste vosso querido fantasma. Por agora vamos-nos centrar na questão da via rápida.
Faleis também, da questão das expropriações! Lá por ser fantasma, não consigo estar em todo o lado ao mesmo tempo, nem consigo ter acesso a segredos guardados a sete chaves, como tal, não sei se os valores pagos foram coerentes ou não. Os mais certo, que é o pão nosso de cada dia, nestas questões, é não ter sido, mas, e sou fantasma, não advogado e muito menos do diabo, será que a culpa é só do governo? Possivelmente os proprietários daqueles terrenos, quando os compraram ou herdaram, ou seja lá o que for, quando foram declarar às finanças a sua compra e ou venda, não disseram o valor real do negócio, ou disseram? Se disseram, bem então aí o governo é mesmo ladrão, mas como eu quase que aposto que não o fizeram, agora estavam à espera de quê? Milagres? Esperem sentados e façam muitas caminhadas à Serreta.
Então do que estavam à espera? Primeiro querem pagar pouco quando vendem ou compram um prédio, depois ficam de orelha murcha, porque o governo paga pouco por esses mesmos terrenos.
Ó meus amigos... então não sabem que as expropriações são feitas com base nos valores declarados dos terrenos?
Bem, isto já está longo e não quero bater muito mais no ceguinho, mas... É um investimento muito avultado, aquele que ali está a ser feito? Vocês realmente não sabem o que querem! Se investem é porque investem, se não investem, é porque não investem. DECIDAM-SE!!!
Vocês estão sempre a reclamar que o governo só faz grandes obras ali mais ao lado, em São Miguel, se me percebem, mas quando o governo decide fazer obras na vossa ilha, reclamam. Sinceramente, não vos percebo.
Mas pronto, vocês vivem em democracia (melhor ou pior, mas vivem, aqui por onde vagueio, não há nada disso) e todos são livres a exprimir a sua opinião, agora espero por ainda por cá andar a atormentar algumas almas terrenas, quando a obra estiver concluída e ver se aqueles que hoje criticam, não iram ser os primeiros a estarem à frente no dia da inauguração. E se não serão os primeiros a irem passear até à Praia para ir tomar um cafézinho na marina ou um donut cheio de creme. Ou então mandarem-se cheios de pressa, para arranjarem um lugarinho muita fixe durante as Sanjoaninas para irem ver a rainha (esperemos que para a próxima desfile com o vestido original, não é? hehe)
E por hoje... vou atormentar almas para outro lado.
Saudações fantasmagóricas!

1 comentário:

Flávio disse...

Bem,devo dizer que concordo plenamente com o seu comentário,e posso também garantir que é a opinião de muita gente.

com os melhores cumprimentos.